quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Breves considerações sobre a sociedade de consumo e ecologia



Não é novidade para ninguem que vivemos numa sociedade de consumo, isto é claro considerando o "mundo" ocidental.
Em Portugal temos vindo a assistir desde hà uns 20 anitos ou tal a um crescendo de coisas e mais coisas. Parece (e é!) que já temos tudo e que é preciso inventar mais qualquer coisa para fazer criar no consumidor a insaciável necessidade de comprar mais uma coisa qualquer.
As empresas fornecedoras de bens e serviços dos mais variados esforçam-se por apresentar, a um ritmo cada vez mais alucinante, produtos e produtos, com um grau de necessidade real para o consumidor cada vez mais baixo. Quantos não compraram um novo telemóvel, com camara, e internet e etc e tal estando o seu a funcionar perfeitamente, para depois só o usarem realmente para aquilo que o outro fazia tão bem, telefonemas?. Por isso tem de se tornar religioso o consumo, tem de se radicalizar e incentivar sentimentos como a inveja e a vergonha.
As necessidades que todos temos são produto (passe a redundancia) de um esquema bem montado de "convencimento" através de todos os meios possiveis, e vai piorar!. É que cada vez vai havendo menos necessidade de ter mais uma coisa porque já se tem um série delas iguais ou que servem ao mesmo proposito.
Que inventar mais para vender? Ora bem! salvaguardando a inquestionável junção do "util ao agradavel" podemos usar como exemplo (unico e suficiente) a recente (em termos globais) sede da ecologia. Pois é, se pensarmos bem à apenas meia duzia de anos era uma infima minoria as pessoas que se procupavam com o meio ambiente. Eram menos ainda as que gastariam mais dinheiro para se tornarem ecologicamente correctas. È uma moda, uma boa moda, uma moda que eu espero permaneça e não esmoreça a bem da nossa qualidade de vida, mas não obstante uma moda!.
Espertos os "publicitários ecologistas" que atacaram a sociedade de uma forma realista e inteligente, usando do que sabemos ser o "fundamentalismo religioso consumista" (leia-se Shopping center) e os meios de divulgação com alcançe de massas suficiente para criar a necessidade de protecção do ambiente. E com isso criaram no verdadeiro motor da nossa sociedade moderna, a industria, o comércio e a banca (com reflexos "lobbyistas" na vontade politica), a necessidade de criarem produtos para venderem o ecologicamente correcto, passou a ser um investimento que tem bons indices de retorno. A ecologia é hoje um grande produto que veio criar nas pessoas a necessidade de term novos produtos mais eficientes, mais "classe A", mais economicos, mais amigos do ambiente, mais recicláveis, com menos emissão de CO2, com filtro de particulas, os chamados "produtos verdes". Deis queira que sejam todos de facto "verdes"!.
Engraçado! só mesmo algo tão globalizante conseguiria levar quase todas as pessoas do mundo ocidental a gastar mais dinheiro a comprar produtos que já tem, só porque os que têm estão obsoletos, não porque não têm ABS ou algo que o valha, mas porque, mesmo o novo não tendo o ABS, é AMIGO DO AMBIENTE! é (só) por isso é imprescindivel comprar. Juntar isto à insaciável necessidade de comprar, induzida pela constante publicidade e com os outros factos sociológicos (e psicológicos ( a inveja e egoismo são os exemplos quase gerais) que nos são induzidos desde a mais fresca infancia , e misturando tudo com a necessidade de produzir e vender e temos o mundo perfeito para a nova sociedade ecologista. ESPERTOS! é o hula-hoop/rock/cubo mágico etc... global do seculo XXI, PARABENS.
Ou seja, de um modo muito resumido, a sociedade de consumo e todos os sujeitos economicos vê-se agora a lucrar com a ecologia! SÀBIOS ECOLOGISTAS ESTES (que tambem os há burros!). Honra lhes seja feita, virar desta forma o "bico ao prego" é muito bem feito!
Só tenho receio que isto se esgote e tenha de surgir algo diferente para ser "filosoficamente" convencido às massas, algo que seja mau, porque os tempos que correm, quanto a este assunto, são os melhores que já tivemos. Conseguiu-se habilmente juntar o util ao agradável.
e agora vou comprar um carro com 130 e tal g/l de emissões (coisa que ainda à pouco tempo eu e toda a gente não faria a minima ideia).
Fiquem bem!

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